O termo greenwashing, que pode ser traduzido como “lavagem verde”, é uma prática utilizada por muitas empresas que mentem ou omitem informações sobre os verdadeiros impactos de suas atividades ao meio ambiente. É uma estratégia de promoção de discursos e campanhas publicitárias para passar a falsa imagem de que a marca é ecologicamente correta e sustentável, com o objetivo de ser melhor aceita pelo consumidor ou de limpar a imagem da instituição.
A intenção é demonstrar preocupação com o ambiente, mas sem adotar medidas reais que colaborem com a minimização ou solução dos impactos ambientais. Na verdade, essa propaganda enganosa e falsa aparência de sustentabilidade geram ainda mais consequências negativas para o planeta. Mas, afinal, por que as empresas tomariam atitudes como essa?
Isso acontece, principalmente, porque ser vista como uma empresa ética aumenta sua lucratividade. Estima-se que 66% dos consumidores escolheriam gastar mais em um produto se ele viesse de uma marca sustentável. No caso dos millennials (Geração Y), esse número aumenta para 73%. Essa demanda é um incentivo financeiro para empresas serem ambientalmente conscientes, ou aparentarem ser.
Outra questão que contribui para essa atitude é o fato de que, ao não se preocupar com os problemas causados ao meio ambiente, a instituição se livra dos custos de responsabilidade ambiental, já que produzir sem carbono custa mais caro, por exemplo. Sem contar que produzir de forma ambientalmente responsável pode forçar a empresa a rever todos os seus processos produtivos ou a maioria deles. Se torna mais conveniente maquiá-los e enganar o público, para que as pessoas pensem que os protocolos ambientais são respeitados.
Muitos sinais podem evidenciar um tipo de greenwashing, como a omissão de informações sobre o impacto ambiental de uma atividade produtiva; declarações sem provas sobre um produto ou serviço (como dizer que eles são sustentáveis sem explicar o motivo); utilização de falsos rótulos e selos para parecerem com certificações ambientais; entre outros.
A prática se reflete em dados preocupantes. De acordo com diretores de investimentos, gerentes e analistas no relatório anual da Global Investor Survey 2022, desenvolvido pela PwC Brasil, 91% dos investidores brasileiros achavam que os relatórios das corporações podem ter greenwashing. Na média mundial, esse valor é de 87%.
Além disso, uma pesquisa anônima da Harris Poll (empresa americana de pesquisa e análise de mercado) para o Google Cloud ouviu cerca de 1.500 CEOs e outros líderes C-level em empresas com mais de 500 funcionários sobre seu papel em influenciar a mudança climática e seu comprometimento com sustentabilidade. Para 58% dos CEOs ouvidos, suas empresas praticam esse mal.
Conhece alguma marca que costuma praticar greenwhashing?